TV REVIEW | American Horror Story: Apocalypse

Na sua oitava temporada, American Horror Story faz um retorno em grande ao pequeno écrã. Numa série já ambiciosa desde início, e cuja ambição tem vindo a aumentar de temporada para temporada, vemos aos poucos conquistada uma legião de fãs que rende a AHS o estatuto de culto. Mas, será que Apocalypse é tudo aquilo que promete aos fãs ? Hoje vamos tentar perceber se o elenco de sonho e o enredo rebuscado são suficientes para deliciar a legião. 

Já lá vão uns anos no ar, e com American Horror Story é sempre surpresa atrás de surpresa. Não é segredo para os fãs da série, que a cada temporada da antologia o tema da mesma é envolto em mistério. Este ano, o mistério manteve-se até finalmente se descobrir que AHS: Apocalypse ia dar aos fãs da série o que queriam - um muito aguardado crossover entre Coven e Murder House. Ora eu, como fã acérrima da série, pensei logo: BRUTAL. Estas temporadas tinham tudo para dar certo quando juntas num crossover



Portanto, estamos no fim do mundo. Um grupo muito exclusivo de pessoas pagou por acesso à salvação e escondem-se num bunker, aliás, em vários espalhados pelo país. Nos primeiros episódios temos acesso à vida dentro de um desses bunkers, onde as pessoas são divididas entre elite e empregados. Sob a direcção atenta de Ms. Veneable (Sarah Paulson), as coisas correm de feição até à chegada do director da Cooperativa, Michael Langdon. Ora, não vos querendo ser spoiler, se viram a primeira temporada, este apelido é-vos certamente familiar. Certo ? Primeiro murro no estômago. Depois disto, temos uma série de eventos que decorrem rapidamente, com a acção a saltar no tempo com frequência - e obriga à nossa total atenção.

Depois de alguns episódios a ver o desenrolar da vida no bunker, passamos para a Academia Robichaux, onde Zoe (Taissa Farmiga), Queenie (Gabouray Sidibe), Madison (Emma Roberts) e Cordelia (Sarah Paulson) lutam e traçam um plano para parar o apocalipse antes que a sua raça seja para sempre destruída. E a partir daqui, não posso contar mais sem estragar a história - posso adiantar que é tudo explicado nos dois últimos episódios. 

Ora então enredo (mais ou menos) explicado, vamos opinar sobre o assunto. Havendo tanta coisa a acontecer durante a temporada, difícil é saber por onde começar. Por isso, comecemos pelo elenco. O elenco da oitava temporada consiste na habitual chuva de estrelas a que a série nos habituou desde início. Temos performances muito fortes de Jessica Lange, Sarah Paulson e Kathy Bates, à semelhança de anteriores temporadas.

Mas a grande surpresa desta temporada, para mim, está mesmo em Cody Fern. A sua interpretação de Michael Langdon deixa pouca margem para dúvidas - há que adorar o magnetismo da personagem, que parece feita à sua medida. À parte isto, há que salientar as múltiplas personagens interpretadas por Evan Peters, Sarah Paulson e Taissa Farmiga - todos eles interpretam as suas personagens da primeira temporada, da terceira e algumas novas (como por exemplo Mr. Gallant e Jeff Pfister de Peters ou a Ms. Veneable de Paulson) - o que só vem a ilustrar o brilhantismo do elenco de American Horror Story. 

Somos premiados frequentemente com uma estética forte - tão forte que quase ameaça sobrepor-se à história. Falamos dos cenários burlescos do Outpost 3, do negrume do mundo lá fora e do ambiente geral que se vive na série. No entanto, e apesar da fórmula já familiar, conseguimos ser surpreendidos a cada episódio, com AHS a superar uma ligeira "crise de identidade" que se fez sentir na sexta (Roanoke) e sétima (Cult) temporadas.

Ao fim de dez episódios, confesso que esta não pareceu de todo a temporada mais consistente de AHS, pelo menos no que toca ao elemento terror. No entanto a velocidade da acção faz com que, em dez episódios, a crise seja facilmente superada marcando o regresso à formula de sucesso de série.



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