AWARD SEASON | O Rescaldo dos Óscares

Para este post resolvi trazer-vos um resumo do que se passou na madrugada do passado domingo, em que foram entregues os Óscares da Academia. No culminar da award season, muitos dos prémios já estavam decididos, mas a noite ainda nos reservou algumas surpresas, desta vez sem envelopegate. Se querem saber tudo o que se passou, continuem por aí. 

Tal como descrito pelo Jornal de Notícias, este foi "o ano das mulheres e dos monstros". Começamos então por falar do famoso movimento #MeToo e da representação da luta pela igualdade de género e outros afins nesta indústria. Depois de todos os casos de assédio sexual que foram trazidos ao de cima em Hollywood durante toda a award season, é quase escusado dizer que a cerimónia foi fortemente marcada por discursos e comentários variados sobre o assunto. Fizeram-se finalmente sentir as consequências da luta feminina, tendo (e também conforme relatado pelo JN) existido similar fenómeno durante o ano passado com o movimento #OscarsSoWhite (este relacionado com questões de racismo e xenofobia).

Posto isto, passamos ao que realmente interessa a todos, que são os prémios propriamente ditos. Numa noite repleta de glamour, o domínio foi (e uma vez mais, tal como o JN o disse) dos monstros. Sem grandes surpresas por estas bandas, foi o filme A Forma da Água que venceu o óscar para melhor filme - sendo que muitas das apostas iam para Três Cartazes à Beira da Estrada. Por isso acredito que para muitos de vocês esta tenha sido uma surpresa, hein? Facto é que a exultação do amor trazida ao grande écran por Guillermo del Toro (que arrecadou, também ele, o óscar de melhor realizador) não deixa de ter alguns factores que a Academia (quase) nunca ignora, e neste ano foi justamente o amor sem limites de uma empregada da limpeza por uma misteriosa criatura marinha que nos conquistou a todos. O filme conseguiu arrecadar também os óscares de melhor banda sonora (o segundo para a prateleira de Alexandre Desplat) e melhor design de produção

Já a maior aposta para melhor filme e melhor argumento original, Três Cartazes à Beira da Estrada, foi também, a meu ver, o grande perdedor da noite - tendo vencido o óscar de melhor actriz por uma soberba interpretação de Frances McDormand, e o de melhor actor secundário para Sam Rockwell. O filme perdeu - e aqui a maior surpresa da noite - o óscar de melhor argumento original para Get Out, o filme da estrela da comédia Jordan Peele que foca importantes questões de raça, com uma história extremamente intensa e envolvente. Chama-me Pelo Teu Nome vence sem surpresas o óscar de melhor argumento adaptado, mas perde no melhor actor - uma perda justa depois do papelão de Gary Oldman em A Hora Mais Negra, e também na melhor canção original, depois de uma luta muito renhida com Remember Me (de Coco) e This is Me (de O Grande Showman) - sendo que a primeira acabou por sagrar-se vencedora. Coco ganhou também - e sem surpresas - o óscar de melhor filme de animação. A história de Miguel e da sua família conquistou os corações de miúdos e graúdos. Por fim ainda há que mencionar Allison Janney, que venceu o óscar de melhor actiz secundária pela sua intepretação da mãe de Tonya Harding no filme I, Tonya. 

Já as categorias técnicas foram bastante dispersas, com três vitórias (em edição e mistura de som e também edição de filme) para Dunkirk, o épico de guerra de Christopher Nolan que foi dominante nestas categorias - para grande surpresa minha, que ainda encaixava o Baby Driver em edição de som. Ainda em técnica, Roger Deakins foi finalmente galardoado com uma estatueta dourada, pelo trabalho incrível em cinematografia no filme Blade Runner 2049

Assim podemos ver que, em 2018, os óscares foram um momento de alerta para a inclusão, em que os galardões foram atribuídos a mais que justos vencedores. De realçar é Guillermo del Toro, que este ano se juntou à tríade de realizadores mexicanos vencedores do óscar: falamos, é claro dos Three Amigos, Alfonso Cuarón (que ganhou em 2013 o óscar com Gravidade), Alejandro Iñarritu (vencedor em 2015 com Birdman e em 2016 com The Revenant) e Del Toro. 



Para o ano, esperam-se novas polémicas, e também novos filmes. Qual foi o vosso momento favorito da noite ? Contem-me tudo !

1 comentário:

Ana Beatriz Martins disse...

Eu este ano concordei com todos os prémios principais há quem critique The Shape of Water mas eu adorei o filme, realmente brilhante e mercedor do Óscar. Relativamente a realização e melhor atriz acho que os prémios são incontestáveis porque o trabalho tanto de Del Toro como de McDormand foram incríveis. O único prémio que apesar de compreender e não contestar porque é sabido que o merecia foi o de melhor ator principal que foi atribuído a Gary Oldman, no entando o meu personal favourite era o Daniel Kaluuya no filme Get Out.

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Beijinhos ♥

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