AWARD SEASON | O Rescaldo dos Óscares

Pronto, já passou. Os óscares de 2016 já foram entregues (e bem entregues, a meu ver), numa cerimónia apresentada por Chris Rock que se estendeu até de madrugada. Dos momentos altos da noite, grande destaque para a actuação de Lady Gaga, e, claro, Leonardo DiCaprio a receber o óscar de melhor actor. 

A cerimónia começa, e a noite já vai longa. Chris Rock entra em palco "a matar", com um monólogo focado em #OSCARSSOWHITE. Temia a forma como fosse abordar o tema, porque podia falhar redondamente, mas o actor e comediante acaba por sair vencedor com um discurso directo e incisivo. Ora vejam:


Correu-lhe bem, não foi ? 

E começam as entregas de prémios. A opção da Academia para este ano foi decompôr o melhor possível o processo de fazer um filme, e a ordem de entrega dos prémios mostra isso mesmo (só as categorias de actor/actriz secundário é que quebram com esta ideia). Sobem ao palco Emily Blunt e Charlize Theron para entregar a Spotlight o óscar de melhor argumento original, seguidas de Ryan Gosling e Russel Crowe para atribuir a The Big Short o prémio de melhor argumento adaptado. Dois prémios mais que justamente atribuídos, que até coincidiram com as minhas previsões, e que lançam o mote para o resto da noite. 

Segue-se Alicia Vikander, a quem J.K Simmons entrega o óscar de melhor actriz secundária. Com o Agente da UNCLE, Ex-Machina e A Rapariga Dinamarquesa, a jovem actriz teve um ano em cheio, acabando por se sagrar vencedora à primeira nomeação pelo seu papel em A Rapariga Dinamarquesa. 



MAD MAX, MAD MAX, MAD MAX. Nas próximas categorias, não ouvimos outro nome. O filme pós apocalíptico realizado por George Miller vence 6 das categorias para as quais estava nomeado, sendo eles melhor maquilhagem, guarda-roupa, direção artística, edição de som, mistura de som e edição.

Embora para algumas destas categorias fosse praticamente um dado adquirido que Mad Max sairia vencedor, houve algumas surpresas. Para melhor edição de som estávamos a contar com The Revenant e melhor mistura de som com Star Wars: O Despertar da Força. Mad Max acaba por ser o grande vencedor (apesar de não levar para casa o óscar de melhor filme), da noite, com 6 óscares. No entanto, escapou-lhe um. O óscar de melhor cinematografia foi entregue por Michael B. Jordan (Creed) e Rachel McAdams (Spotlight) a Emmanuel Lubezki, o espectacular director de fotografia de The Revenant. Prémio mais que merecido, a meu ver, por várias razões que já enumerei anteriormente.  


E agora, a principal surpresa da noite nas categorias técnicas. Internautas e críticos de cinema de todo o mundo afirmam que Ex-Machina é um dos filmes mais subvalorizados da award season - e, a contar com um prémio para Star Wars, trocam as voltas e Ex-Machina sagra-se vencedor do óscar de melhores efeitos especiais

Depois, os Minions, Woody e Buzz Lightyear trouxeram-os os prémios de melhor curta de animação, e melhor filme de animação. A melhor curta foi Bear Story, e, sem surpresa absolutamente nenhuma, Inside Out é o melhor filme de animação. É o 16º óscar para a Pixar. 

Saltamos agora para a principal surpresa da noite - Mark Rylance vence a estatueta de melhor actor secundário. Sylvester Stallone era o frontrunner para receber este prémio, e 39 anos depois ainda não chegou a sua vez. Mark Rylance leva para casa o prémio, pelo seu papel em A Ponte dos Espiões (e não escrevo mais porque ainda não acredito). Já o documentário Amy foi considerado o melhor, a par com a curta documental A Girl In The River. A melhor curta metragem foi Sttuterer. De Amy já estava à espera, mas as curtas surpreenderam. 



Segue-se a música, sem muitas surpresas. Ennio Morricone vence um muito merecido óscar pela banda sonora soberba do mais recente filme de Tarantino, Os Oito Odiados. Já a melhor música, e a surpresa de muita gente (eu por acaso já contava com isto), foi Writing's On The Wall, de Sam Smith e Jimmy Napes. O músico dedicou o seu discurso à comunidade LGBT.

Alejandro González Iñarritu conseguiu ser, a noite passada, o terceiro realizador a ganhar o óscar em anos consecutivos. Além disto é o terceiro ano que um mexicano ganha o óscar de melhor realizador (recorde-se Alfonso Cuarón e o próprio em 2014/2015) - só a título de curiosidade. A realização em The Revenant é tão irrepreensível que lhe valeu a estatueta.

A melhor actriz Brie Larson sobe ao palco para receber o seu prémio, sem se esquecer de agradecer ao pequeno Jacob Tremblay, o miúdo de 9 anos que está a conquistar pela sua inocência. E depois, segue-se o momento pelo qual milhões de fãs em todo o mundo ansiavam (e desesperavam). Teve fortes probabilidades de  perder contra Eddie Redmayne (mais uma vez), mas conseguiu, ao fim de 12 anos, ganhar o óscar. Falamos, é claro, de Leonardo DiCaprio, que à sua sexta nomeação (quinta na categoria) venceu finalmente o óscar de melhor actor pelo seu papel em The Revenant.


Para muitos, outra das surpresas da noite revelou-se com a categoria de melhor filme. Com Mad Max a conquistar as categorias técnicas, e The Revenant a conquistar a melhor realização, a dúvida persiste - quem vai levar para casa o prémio mais cobiçado da noite ? Spotlight sagrou-se vencedor. Para mim, a escolha recaía sempre para Spotlight ou The Revenant, e quando tentei prever os vencedores acabei por nem sequer mencionar o melhor filme porque era tudo menos óbvio - mas a estatueta não poderia estar melhor entregue.

Depois de ter revisto os prémios, há que fazer uma menção a dois dos melhores momentos que marcaram a noite. O primeiro, que deixou as redes sociais em polvorosa, foi a actuação impecável de Lady Gaga. A artista subiu ao palco para interpretar o tema nomeado 'Til It Happens To You, acompanhada de dezenas de vítimas de abuso sexual em palco (que quando a actuação acabou foram todas abraçadas por Brie Larson). A emoção da sua interpretação foi tamanha, tendo sido uma das suas melhores performances. Podem ainda recordar o momento de tributo a Julie Andrews nos óscares do ano passado.

Outro dos melhores momentos, e o último grande momento da noite antes do óscar de melhor filme foi, como é evidente, Leonardo DiCaprio. Depois de centenas de memes, 12 anos e muito "sofrimento", o actor foi o melhor da noite. Aproveitou o seu momento debaixo dos holofotes para falar sobre o conbate ao aquecimento global, tema que o actor e filatropo defende (e uma das principais causas que apoia). Vejam aqui o seu discurso de aceitação do prémio. 

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