REVIEW | A Dark Song (2016)
Com o mês de Outubro já a meio, podemos inaugurar a época das sugestões para o Halloween. O filme britânico A Dark Song é uma promessa no campo do terror para este ano, revelando-se um filme desconcertante e eficaz. Mas será merecedor de um lugar no pódio?
A Dark Song marca a estreia de Liam Gavin na realização de longas metragens. A história centra-se em Sophia, uma mulher determinada que contrata um ocultista para a ajudar a executar um perigoso ritual que poderá colocar as vidas de ambos em risco. É através deste argumento que Liam Gavin revela a sua voz, bem distinta e incomum, oferecendo-nos um filme de terror que vai além da premissa típica de "tudo o que poderá correr mal, vai correr mal".
Há vários momentos em A Dark Song que quase nos fazem crer que estamos a ver um reality show ao invés de uma obra ficcional. Para isto, foi fundamental a minúcia da realização e do ritual, bem como dois actores soberbos e altamente competentes.
No que às personagens diz respeito, estas estão construídas de modo extremamente inteligente, provocando no espectador a dúvida constante e a ansiedade de descobrir todas as camadas das suas pretensões. A personagem feminina acaba por revelar ter motivos e propósitos bastante ambíguos - o que contribui em larga escala para o efeito de suspense presente ao longo de todo o filme. Já noutro patamar, temos o ocultista: e ficamos sem saber se este é realmente um ocultista, um charlatão ou apenas louco.
O sentimento de incerteza e de dúvida é o que faz de A Dark Song tão eficaz no campo a que se propõe, ajudado por uma banda sonora aterradora e actores competentes. A mistura resulta num filme maduro, bem feito e perturbador, que vale a pena considerar para o top de 2017.
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