REVIEW | Berlin Syndrome (2017)

Berlin Syndrome foi mais um dos destaques da programação do MOTELx , que decorreu o mês passado em Lisboa. O filme da realizadora Cate Shortland é um thriller inquietante, que mostra Teresa Palmer no seu melhor papel até à data. Somando um cenário reduzido a um número de actores igualmente pequeno, este filme é a fórmula ideal para qualquer amante do thriller. 

Nas suas férias em Berlim, uma fotojornalista Australiana, Clare (Teresa Palmer) conhece Andi (Max Riemelt) - e a atracção entre ambos é instantânea. No entanto, o que parece ser o começo de um belo romance, toma um rumo sinistro e inesperado quando, após uma noite juntos, Clare acorda no apartamento de Andi e descobre que este saiu para o trabalho e a deixou trancada em casa. Daí para a frente, a relação entre ambos passa a rapto, e Clare terá de aprender a jogar como Andi para consegur escapar. 

Embora o enredo pareça relativamente simples, e definitivamente nada de novo, o resultado é um excelente thriller. Acaba por se tornar num tornado de violência e suspense, onde as linhas da relação entre Clare e Andi se tornam muito ténues. É interessante seguir o dia a dia de ambas as personagens ao longo do filme, obtendo a perspectiva de raptor e vítima ao mesmo tempo.

Ao mesmo tempo, o espectador fica confinado ao espaço daquele apartamento, e a atmosfera que Shortland tenta criar ao longo do filme  - auxiliada por uma banda sonora a roçar o aterrador - prende-nos ao écran, conferindo a Berlin Syndrome o ambiente ideal que se espera do género. 

As principais falhas são a nível da edição do filme, com algumas transições incompreensíveis, e um final desapontante na medida em que parece incompleto. No fundo, estamos perante um óptimo

thriller, em que Teresa Palmer é a estrela definitiva e absoluta.