REVIEW | Atomic Blonde (2017)

A expectativa era elevada e os trailers elevaram bem a fasquia para a estreia do realizador David Leicht. Nesta viagem à Guerra Fria e ao mundo da espionagem dos anos 80, todos os olhos estão postos em Charlize Theron, mas nem isso é suficiente para mascarar uma narrativa lenta e bem menos ass-kicking que a protagonista.

Desde a sua apresentação no festival americano South By Southwest em Março deste ano que Atomic Blonde se tornou um filme largamente antecipado. Baseado no romance gráfico The Coldest City, a história centra-se na espiã do MI-6 que tem de encontrar uma lista de agentes duplos na véspera da queda do muro de Berlim em 1989. Lorraine Broughton é interpretada por Charlize Theron, um papel cheio de acção que é sem dúvida um dos focos principais deste filme. 

Sem revelar muito mais sobre a história, que já de si avança a um ritmo bastante lento  - apesar de toda a acção - podemos contar com um conto sólido de espionagem, em que todas as principais organizações estão envolvidas (MI-6, CIA, KGB...). Apesar de baseado num romance gráfico (e portanto fictício), o filme desperta suficiente curiosidade para saber mais sobre o que se passou nesta altura da história. 

Tendo já falado sobre a acção neste filme, mais um dos pontos a favor de Atomic Blonde são justamente as cenas de acção. A crítica internacional aclamou igualmente este aspecto do filme, que essencialmente consiste no aspecto estilístico das próprias cenas: quer em termos de iluminação quer representação, por exemplo. 

Continuando para outro dos aspectos mais positivos deste filme, temos uma banda sonora fantástica. As músicas parecem escolhidas a dedo, e o som é trabalhado de forma bastante interessante nas cenas de acção, com momentos de silêncio no ponto certo e ruídos quanto baste. Mas a estrela aqui acaba mesmo por ser a selecção musical que além de muito boa ajuda ao enquadramento da época a que estamos a assistir.

No entanto, um elenco de luxo, uma boa banda sonora e cenas de acção excelentes não foram o suficiente para mascarar as falhas da narrativa. Como disse anteriormente, a história avança de uma forma lenta, desinteressante e desinteressada, o que em parte até depreendo ter sido propositado - permite um foco quase único na protagonista. Ainda assim, é um aspecto a ter em consideração, eventualmente tendo este aspecto melhor trabalhado, obtínhamos um filme bem mais envolvente. 


1 comentário:

Paulo Faria disse...

Eu ainda não vi o filme, mas sou fã deste tipo de filme e da Charlize Theron. Tenho lido muitas críticas, umas boas e outras nem tanto, mas gostei da tua visão diferente deste filme. Parabéns pelo texto :)

Bitaites de um Madeirense

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