REVIEW | 10 Anos de Hostel, em Retrospectiva

No passado dia 6 de Janeiro comemorou-se oficialmente o décimo aniversário daquele que é um dos marcos mais importantes da história do cinema de gore e terror. Apresentando Eli Roth ao mundo da realização, pela mão de Quentin Tarantino, foi há dez anos que nos chegou Hostel - uma das viagens mais aterradoras pelo género. 

6 de Janeiro, 2005. Chega pela primeira vez aos cinemas Hostel, o filme de Eli Roth que viria a marcar a cena do cinema de terror e gore. Capaz de causar deleite e nojo na audiência, foi revolucionário em muitos aspectos, surgindo numa altura em que o lugar deste tipo de cinema era desconhecido. 

Custando cerca de cinco milhões e facturando algo como 81 milhões de dólares no mundo inteiro, foi um dos maiores sucessos da produtora Lionsgate. Mais tarde desdobrou-se numa espécie de franchise, com uma sequela que muitos dizem ser melhor que o filme original e ainda um terceiro filme para TV que deixou muito a desejar. 

A história do filme original acompanha Paxton (Jay Hernandéz, que dura até Hostel: Part II) e os seus colegas Óli e Josh, numa viagem pela Europa. Os três amigos param numa pousada eslovaca, que dizem ser famosa pela presença de mulheres bonitas. Mais tarde descobrimos que tal foi a pior ideia das suas vidas, pois os amigos começam a ser raptados um a um, para serem vendidos em leilão e torturados conforme o seu comprador decida ser mais adequado. E a premissa mantém-se até ao segundo filme. 

Convencidos ? A história acaba por ser inovadora em muitos aspectos, e torna o filme ainda mais escuro e doente. De um ponto de vista absurdamente superficial é uma história igual a muitas outras. Mas Hostel surgiu num período interessante, que pode ter milhares de interpretações. Uma delas é a análise de uma perspectiva pós 11 de Setembro, em que tudo o que é estranho aos EUA se torna numa ameaça terrorista. Aqui, a personagem de Paxton, entusiamado com a viagem pela Europa defronta-se com a dita ameaça, e de alguma forma acaba por sair vitorioso. Pessoalmente, tomamos esta análise como uma teoria entre tantas outras, mas o facto é que Hostel chegou a ser banido pela República Checa e Eslovénia por permitir uma visão tão... pouco atractiva do seu país. 

Ignorando este último parágrafo, Hostel é apenas um filme em que pessoas são cortadas aos bocados durante 60 minutos. Em última análise, pode ser interpretado como consumismo levado ao extremo (quer dizer, chegar ao limite de pagar para matar ?). Mas poderá Eli Roth querer de facto  oferecer-nos algo mais com este filme ?

Por fim, outro facto interessante é o aparecimento do termo "torture porn" para designar este género de filmes, muito embora Hostel tenha aparecido dois anos depois de Saw. Muitos acreditam ter sido o crítico David Edelstein, na sua crítica a este filme, a criar o termo. O facto é que tanto Hostel como Saw criaram, por si só, o subgénero, que ainda hoje se mantém vivo graças à insanidade dos seus criadores. 




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