REVIEW | Birdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância (2014)

De Alejandro González Iñarritu já nos eram conhecidos títulos como Babel ou Biutiful, ambos aclamados pela crítica e filmes surpreendentes, que fazem parte do compêndio de obras do realizador que já venceu cerca de 93 prémios, e foi nomeado cinco vezes para os Óscares. E de um registo surpreendente e aclamado pela crítica, Birdman não foge à regra: tem um elenco de luxo, que conta com Michael Keaton, Edward Norton, Emma Stone e Zack Galifianakis; uma banda sonora incrível; e ainda conta com um argumento realmente intrigante. 

O elenco é de fecto um luxo, a começar por Michael Keaton no papel de Riggman - os seus momentos de insanidade temporários fazem grande parte do filme valer a pena, e a ânsia de desccobrir quando vai libertar o seu alterego também. Depois temos Emma Stone, num registo mais sério, interpretanto a filha de Riggman, Sam, uma dependente de narcóticos acabada de sair da reabilitação - registo esse que assenta que nem uma luva a Stone neste filme. O restante elenco compõe o ramalhete, nomeadamente com Edward Norton e Naomi Watts nos papeis de Mike e Lesley. 

Á partida, não se percebe muito bem porque é que Birdman é tão especial (aparte os cerca de 150 prémios já ganhos). É a história de um homem preso no seu passado, um actor de muito sucesso mas que actualmente está pelas ruas da amargura e quer recuperar, digo, recuperar-se, e aproveita a Brodway para o fazer. Riggman e o seu alterego embarcam então numa jornada que começa com a peça de Riggman e termina com [SPOILER ALERT] a sua tentativa de suicídio, num final surpreendente e que enche as medidas a qualquer espectador.

O argumento é dotado de uma ironia impressionante e altamente inteligente, pegando nas fraquezas dos vários vícios da vida e da humanidade e fazendo assim de Riggman a personagem que qualquer um de nós poderia ser. E é aí, ao fim de duas horas que percebemos que Birdman é especial, e realmente é A Inesperada Virtude da Ignorância que nos faz ver isso.